Entendendo o sistema de saúde americano: dicas para brasileiros

Entender como funciona o sistema de saúde nos EUA é essencial para qualquer brasileiro que planeja morar ou visitar o país, já que o sistema de saúde americano é diferente do brasileiro e pode parecer complexo à primeira vista. 

Nos Estados Unidos não existe um sistema de saúde pública universal, como é o SUS no Brasil. A maior parte do atendimento médico é oferecida por meio de planos de saúde privados, que podem ser bastante caros. 

Mesmo com a ajuda de  programas governamentais, como o Medicare e o Medicaid, a maioria das pessoas precisa pagar pelos serviços de saúde. Consultas, exames, medicamentos e hospitalizações podem significar grandes despesas se você não tiver um bom plano de saúde. 

Neste artigo, você vai descobrir como acessar os serviços de saúde nos Estados Unidos, quais são as opções de planos de saúde, os custos envolvidos e como se preparar para eventuais emergências médicas. 

Além disso, vamos também compartilhar dicas específicas para brasileiros, ajudando você a preparar a sua mudança para os Estados Unidos. Continue a leitura.

O sistema de saúde americano

O sistema de saúde nos EUA é majoritariamente privado. Ao contrário do Brasil, que possui o SUS (Sistema Único de Saúde), os Estados Unidos não têm um sistema de saúde pública universal. A assistência médica é dividida entre planos privados e programas governamentais, sendo os mais conhecidos o Medicare e o Medicaid.

Medicare

O Medicare é um programa federal destinado a pessoas com 65 anos ou mais e a alguns indivíduos mais jovens com deficiências específicas. Ele é dividido em quatro partes:

Parte A

A Parte A do Medicare cobre internações hospitalares, cuidados em casas de repouso e cuidados paliativos. É o componente do programa que garante o atendimento mais essencial, como cirurgias e tratamentos durante internações.

Parte B

A Parte B cobre serviços médicos, cuidados preventivos e equipamentos médicos. Isso inclui consultas médicas regulares, exames de diagnóstico, vacinas e até alguns equipamentos médicos necessários para o tratamento contínuo.

Parte C

Também conhecido como Medicare Advantage, a Parte C é oferecida por empresas privadas e inclui os benefícios das Partes A e B. Este plano pode oferecer algumas coberturas adicionais, como para questões relacionadas à visão, audição e até mesmo programas de bem-estar.

Parte D

A Parte D cobre medicamentos prescritos. Este segmento é bastante importante para pessoas que necessitam de medicação regular, ajudando a reduzir o custo dos medicamentos necessários para o tratamento de diversas condições.

Medicaid

Já o Medicaid é um programa estadual e federal que oferece cobertura para pessoas de baixa renda, incluindo crianças, gestantes e pessoas com deficiência. 

A cobertura e os critérios de elegibilidade variam de estado para estado.

Este programa é essencial para garantir que pessoas em situações financeiras difíceis ainda tenham acesso a cuidados médicos. Em estados com cobertura mais abrangente, o Medicaid pode oferecer uma gama completa de serviços médicos, desde atendimento básico até tratamentos especializados.

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Planos de saúde privados

Nos Estados Unidos, os planos de saúde privados apresentam uma grande variação em termos de custo e cobertura. 

Eles geralmente incluem uma ampla gama de serviços, desde consultas médicas rotineiras até procedimentos cirúrgicos complexos, cobrindo quase tudo que você possa precisar em termos de cuidados médicos.

Contratação de planos

Você pode adquirir um plano de saúde individualmente ou através de um empregador. Planos individuais tendem a ser mais caros, mas oferecem mais flexibilidade na escolha de cobertura. 

Quando você adquire um plano através do emprego, geralmente o custo é menor porque a empresa compartilha parte dos custos. Além disso, as empresas costumam oferecer várias opções de planos, permitindo que você escolha o que melhor se encaixa nas suas necessidades e no seu orçamento.

Para contratar um plano individual, você pode buscar diretamente nas seguradoras ou usar marketplaces de seguros de saúde online, que podem ajudar você a encontrar um plano que se encaixe no seu orçamento e nas suas necessidades. 

Vale lembrar que a escolha de um plano de saúde adequado é essencial para evitar surpresas desagradáveis em momentos de necessidade.

Custos e coberturas

No país, os planos têm uma estrutura de custos que inclui prêmios mensais, copagamentos, co-seguro e franquias.

  • Prêmios mensais: são os pagamentos fixos que você faz todo mês à seguradora, independentemente de usar ou não os serviços de saúde. Esse é o custo básico para manter o plano ativo.
  • Copagamentos: são taxas fixas que você paga por determinados serviços médicos, como consultas ou exames, podendo ir de 5% a ate 75% do valor da consulta por parte do cliente. Por exemplo, uma visita ao médico pode ter um copagamento de 25 dólares.
  • Co-seguro: depois de atingir a franquia do seu plano, o co-seguro é a porcentagem dos custos que você ainda precisa pagar. Por exemplo, se você tiver um co-seguro de 20%, a seguradora pagará 80% dos custos dos serviços e você pagará os 20% restantes.
  • Franquias: esse é o valor que você deve pagar do próprio bolso antes que a cobertura do seu plano comece a ajudar com os custos. Franquias podem variar bastante, de alguns poucos milhares de dólares até valores mais altos, dependendo do plano.

Entender esses termos e como eles se aplicam é importante para planejar seus gastos e evitar surpresas. Para isso, sempre leia as letras miúdas do contrato e, se precisar, peça ajuda para entender os detalhes.

Lembre-se de considerar suas necessidades pessoais e familiares ao escolher um plano, assim você pode encontrar a melhor cobertura pelo melhor preço.

Custos do sistema de saúde americano

Os custos médicos nos Estados Unidos podem ser bastante altos — especialmente se você não tem um plano de saúde. A seguir, veja alguns exemplos para você ter uma ideia do que pode esperar.

  • Consulta médica: a média de uma consulta é cerca de US$137. Isso é só para uma visita de rotina, sem incluir exames ou procedimentos adicionais.
  • Internação hospitalar (3 dias): se precisar ficar três dias no hospital, a conta pode chegar a US$30.000. É um valor alto que cobre desde os cuidados médicos até a estadia e outros serviços hospitalares.
  • Ambulância de emergência: uma corrida de ambulância pode custar cerca de US$1.000. E esse valor é só para o transporte; os cuidados médicos durante a viagem podem ser cobrados à parte.
  • Prêmio mensal de seguro saúde: se você estiver pagando por um plano de saúde, o custo pode variar entre US$300 e US$1.000 por mês, dependendo do tipo de cobertura e dos benefícios oferecidos.

Esses valores mostram como é importante ter um plano de saúde se você pretende viver ou passar um longo período nos EUA. Sem um seguro, esses custos podem rapidamente sair do controle e afetar tanto a sua saúde quanto as suas finanças.

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E quem não tem plano de saúde?

Cerca de 9% da população dos EUA não tem plano de saúde. Para essas pessoas, essa ausência pode resultar em altos custos médicos e dificuldade de acesso a cuidados médicos regulares. 

Para emergências, existe uma lei que obriga os hospitais a atenderem qualquer pessoa que chegue em busca de cuidados urgentes, independentemente de ter ou não um plano de saúde. Isso significa que, se você tiver uma emergência médica, não será recusado. No entanto, isso não resolve o problema dos custos. 

Mesmo com o atendimento garantido, a conta pode pesar muito no bolso e, por isso, muitos acabam com dívidas médicas significativas.

Sem a cobertura de um plano de saúde, muitos acabam recorrendo a clínicas comunitárias ou hospitais de caridade, que oferecem serviços de saúde a preços reduzidos ou até de graça, dependendo da renda. Essas clínicas são uma alternativa importante, mas a qualidade e disponibilidade dos serviços podem variar bastante de uma região para outra.

A falta de um plano de saúde também afeta a prevenção. Pessoas sem seguro muitas vezes evitam consultas de rotina e exames preventivos, o que pode levar a problemas de saúde mais graves no futuro. 

Sem um acompanhamento médico regular, doenças que poderiam ser tratadas ou administradas precocemente acabam evoluindo e se tornando mais difíceis e caras de tratar.

Para brasileiros que pensam em morar nos EUA, é essencial considerar a contratação de um plano de saúde assim que possível. Mesmo que os custos pareçam altos, a cobertura pode proteger você de despesas médicas inesperadas e garantir acesso a cuidados médicos de qualidade.

Dados interessantes

  • Gasto per capita em saúde: em 2020, os EUA gastaram em média US$11.582 por pessoa em saúde. Isso é mais do que qualquer outro país. Esse valor reflete tanto os custos de serviços médicos quanto os gastos com planos de saúde.
  • Custo médio de um plano de saúde familiar: um plano de saúde para uma família pode custar em média US$1.152 por mês. Esse valor pode variar dependendo da cobertura e dos benefícios oferecidos.

Esses números ajudam a entender que, mesmo com um bom emprego, os custos de saúde podem consumir uma grande parte do seu orçamento. Ter um plano de saúde adequado é essencial para garantir que você e sua família tenham acesso aos cuidados necessários sem comprometer sua estabilidade financeira.

Além disso, esses dados também mostram a diferença entre os sistemas de saúde brasileiro e americano, destacando a necessidade de se preparar e entender bem o funcionamento do sistema nos EUA. Assim, você pode evitar surpresas desagradáveis e se adaptar melhor à nova realidade.

Dicas para brasileiros

Antes de embarcar para uma nova vida nos Estados Unidos ou mesmo uma longa viagem, é crucial preparar-se adequadamente Aqui vão algumas dicas para garantir que você esteja bem protegido:

Antes de viajar

  • Seguro viagem: é essencial contratar um seguro viagem que cubra despesas médicas e hospitalares. Recomenda-se optar por um plano com cobertura mínima de $60.000.
  • Conheça seus direitos: é importante se familiarizar com as leis locais sobre saúde. Um exemplo é a Emergency Medical Treatment and Labor Act (EMTALA), que obriga hospitais a fornecerem atendimento emergencial a qualquer pessoa, independentemente de sua capacidade de pagamento ou status de imigração. Saber disso pode aliviar muita ansiedade em situações de emergência.

Vivendo nos EUA

  • Escolha um plano adequado: uma vez nos EUA, dedique tempo para pesquisar e escolher um plano de saúde que se adapte às suas necessidades e ao seu orçamento. Muitas empresas oferecem benefícios de saúde, então verifique o que sua empresa propõe e avalie se é adequado para você e sua família.
  • Utilize clínicas comunitárias: se o custo do plano de saúde for muito alto para o seu orçamento, procure clínicas comunitárias. Elas oferecem serviços médicos a preços reduzidos e são uma opção acessível para pessoas de baixa renda ou para quem ainda está se estabelecendo no país.

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Conclusão

Diferentemente do Brasil, os Estados Unidos não possuem um sistema de saúde pública universal, e a maior parte do atendimento médico é oferecida por meio de planos de saúde privados, que podem ser caros. 

Mesmo com programas governamentais como o Medicare e o Medicaid, a maioria das pessoas precisa pagar pelos serviços de saúde, o que pode significar grandes despesas.

Conhecendo os desafios e as soluções para acessar um sistema de saúde de qualidade nos EUA, você pode planejar sua vida com mais segurança e eficácia e, assim, garantir que você esteja preparado para qualquer situação médica enquanto estiver no país. 

Com planejamento e as dicas certas, você pode evitar surpresas desagradáveis e garantir que sua saúde esteja bem cuidada.

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