Quando se fala em deportações nos Estados Unidos, é comum imaginar que Donald Trump lidera qualquer ranking sobre o tema. Afinal, seu discurso foi baseado em um projeto de país com fronteiras mais rígidas e pouca abertura para quem está em situação irregular.
Mas os números mostram outra coisa: o presidente que mais deportou no século 21 foi Barack Obama. Isso pode surpreender à primeira vista, especialmente por se tratar de um líder democrata que prometeu uma política mais justa com os imigrantes. Só que, ao longo de oito anos de governo, Obama executou uma política migratória dura e constante, com foco em resultados e sem recuos diante das críticas.
Este artigo mostra os dados por trás desse cenário, explica o que conta como deportação, analisa os impactos sobre brasileiros e aponta alternativas para quem vive ou pretende viver nos EUA de forma legal.
O que os números dizem sobre as deportações nos Estados Unidos?
Durante os dois mandatos de Barack Obama (2009 a 2017), mais de 3 milhões de pessoas foram removidas do país por ordem judicial. Nenhum outro presidente americano deportou tanta gente quanto Obama. Os dados são do próprio Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) e levam em conta os anos fiscais — ou seja, o período de 1º de outubro do ano anterior até 30 de setembro do ano de referência.
Como funcionam as deportações nos Estados Unidos?
Para entender esses dados, é preciso saber como as deportações são classificadas. A legislação americana prevê duas formas de saída obrigatória do país:
- Remoção: quando há uma ordem judicial determinando a expulsão do imigrante. Envolve penalidades e bloqueio de retorno por tempo determinado.
- Retorno: quando o imigrante sai do país de forma voluntária, antes ou logo após ser barrado em um ponto de entrada, como uma fronteira terrestre ou aeroporto.
As estatísticas mais citadas envolvem as remoções. E é justamente nesse critério que os governos Obama se destacaram, com volumes sem precedentes.
Leia mais: O que os dados revelam sobre os imigrantes nos EUA
Por que Obama deportou tanto?
Durante a campanha de 2008, Obama prometeu reformar o sistema migratório. Falava em dar mais dignidade a quem vivia nos Estados Unidos sem status legal. Mas, ao assumir, a prioridade foi mostrar controle da fronteira. A ideia era endurecer a fiscalização para, depois, negociar uma reforma com apoio republicano no Congresso. Essa troca não aconteceu.
No início do governo, a estratégia era focar em imigrantes com histórico criminal. Só que essa linha se mostrou imprecisa: muitas pessoas sem passagens pela polícia também foram removidas. Após 2012, a pressão de grupos latinos e defensores de direitos humanos levou a Casa Branca a revisar os critérios de prioridade. Mesmo assim, os números continuaram altos até o final do segundo mandato.
Os recordes de deportação no governo Obama
Veja os principais números da gestão Obama:
- 432 mil deportações em 2013, o maior número já registrado em um único ano fiscal
- Média de 1,56 milhão de deportações por mandato
- 55% dos removidos em 2011 tinham alguma condenação criminal, segundo o DHS
Para comparação:
- George W. Bush (2001–2009): cerca de 2 milhões de deportações
- Donald Trump (2016–2020): cerca de 1,2 milhão
A estratégia do “Deporter in Chief”
O apelido “Deporter in Chief” foi dado a Obama por setores da comunidade latina. Mesmo com declarações públicas em defesa da diversidade e da inclusão, ele consolidou uma máquina de remoção altamente eficiente. E fez isso com base em estruturas legais já existentes, mas que foram reforçadas sob sua liderança.
Algumas das ações que marcaram esse período:
- Colaboração entre autoridades federais e departamentos de polícia locais
- Auditoria e penalizações para empresas que contratavam imigrantes sem documentação
- Uso de transporte militar e escolta armada para execução de ordens de remoçãO
DACA: uma tentativa de equilíbrio
Nem tudo foi repressão. Em 2012, Obama criou por decreto o DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals). O programa suspendeu temporariamente a deportação de jovens que chegaram aos EUA sem documentação quando ainda eram crianças. Também concedeu autorização para trabalhar legalmente.
O DACA beneficiou cerca de 600 mil pessoas. Foi a principal resposta da Casa Branca à pressão de movimentos civis. Mas, por depender de decisão executiva, sempre esteve sujeito a mudanças — como tentou fazer Trump depois de 2016.
Trump falou mais, mas deportou menos
Donald Trump se elegeu com um discurso radical contra a imigração. Defendeu muro na fronteira com o México, separação de famílias, uso de tropas armadas e medidas de restrição. A prática, no entanto, teve números mais baixos do que os da gestão Obama.
Durante seu mandato:
- A deportação formal (remoção) alcançou cerca de 1,2 milhão de pessoas
- Houve crescimento do uso do Título 42, dispositivo sanitário que permitia expulsões sumárias na pandemia
- Mais de 2,9 milhões de imigrantes foram removidos com base nessa medida, entre 2020 e 2023 — a maioria já sob o governo Biden
O impacto do Título 42 e da retórica agressiva
O Título 42 não conta como deportação judicial. Foi ativado em março de 2020, no contexto da Covid-19, para impedir a entrada de pessoas por razões sanitárias. Essa política resultou em milhões de expulsões rápidas, sem direito à defesa. Embora tenha sido implementada por Trump, ela foi mantida por Biden até maio de 2023.
Trump também tentou limitar o direito à cidadania para filhos de imigrantes irregulares nascidos nos EUA. A proposta não avançou, mas serviu para reforçar sua imagem junto ao eleitorado mais conservador.
Leia mais: Plano de imigração de Trump em 2025: o que esperar para vistos de trabalho e Green Cards
E como fica o governo Biden?
Joe Biden assumiu em 2021 com a promessa de reconstruir uma política migratória mais humanizada. Revogou o Título 42, suspendeu o programa Remain in Mexico e manteve o DACA ativo. Mas, na prática, as deportações formais continuaram em alta:
- 85 mil pessoas foram deportadas em 2021
- 330 mil foram removidas em 2024
Ao mesmo tempo, a fronteira sul continuou sob forte vigilância. O uso de drones, barreiras físicas e tropas da Guarda Nacional permaneceu como prática corrente.
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Leia mais: Por que a maioria das pessoas escolhe a imigração legal para os EUA para trabalhar
Conclusão
Barack Obama foi o presidente que mais deportou imigrantes nos Estados Unidos no século 21. Essa informação contrasta com sua imagem pública, mas é sustentada por dados oficiais. Enquanto isso, Trump usou um discurso mais agressivo, mas aplicou medidas que impactaram mais a percepção do que os números. Biden, por sua vez, tentou ajustar o sistema, mas sem alterar seu funcionamento estrutural.
As deportações nos Estados Unidos seguem como uma política de Estado, não de governo. Os números variam, mas a lógica se mantém: o sistema penaliza quem está fora das regras e tem pouca margem para erro.
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